CONHEÇA RAEL, CRIANÇA BAIANA SUPERDOTADA QUE SABE LER E FALAR INGLÊS

Rael aprendeu a ler com um ano e meio de idade Crédito: Reprodução
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O menino superinteligente tem habilidades de crianças de seis a sete anos.

Um cliente entra numa padaria de Feira de Santana e faz o pedido no balcão. Quer quatro pães de queijo e vai pagar com pix. A situação não chamaria atenção do funcionário se não fosse um detalhe nada dispensável: quem faz o pedido é uma criança de apenas dois anos de idade. Situações como essas são comuns na vida do pequeno Rael, que completou três anos na semana passada. O menino é considerado superdotado e já sabe ler, fazer contas e até falar em inglês.

Os sinais de que Rael Silva de Araújo Reis tem um desenvolvimento cognitivo diferente das crianças com a mesma idade apareceram quando o menino tinha um ano e meio. Ele nem ia para a escola quando aprendeu as letras do alfabeto e os números. Vanilde Silva, a mãe, teve certeza que a condição de Rael deveria ser investigada quando, de dentro do carro, ele leu o nome de uma rede de supermercados pela primeira vez.

De início, Vanilde, que é professora da educação infantil, achou que o filho poderia ter transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ou fizesse parte do espectro autista. Especialistas explicam que o avanço cognitivo e o hiperfoco da superdotação podem ser confundidos com condições médicas. Daí a importância do acompanhamento feito por especialistas.

Quando completou dois anos e seis meses, Rael pôde fazer o teste em que a superdotação foi descoberta. Ele passou, então, a ir para a escola e ser acompanhado por neuropsicólogos. “Eu e o pai dele não ensinamos ele a ler porque não era próprio para a idade dele. Ele tinha um brinquedo que, quando apertava, falava as letras do alfabeto, acho que foi aprendendo brincando, mas sempre sozinho”, conta Vanilde Silva.

A Associação Mensa Brasil, braço nacional da instituição que identifica e apoia pessoas com quociente de inteligência (QI) avançado, possui registros de 111 superdotados na Bahia. O estado aparece como o oitavo com mais pessoas com a característica. Em primeiro lugar está São Paulo, com 1.552 superdotados, seguido do Rio de Janeiro, com 376. São 3,5 mil no país, sendo que 25% deles têm menos de 18 anos.

A descoberta da superdotação deve ser feita o quanto antes para que as pessoas sejam acompanhadas. Rael, o menino superdotado de Feira de Santana, começou a ser desafiado pelo pais a partir do diagnóstico.

“Ele é muito curioso, está o tempo todo perguntando as coisas e querendo aprender. Quando descobrimos que ele é superdotado, passamos a dar informação para ele. Mas sem forçar”, completa a mãe. Hoje, Rael faz contas básicas de matemática, consegue ler livros infantis, contar em português e inglês, além de saber os números romanos. Ele também escreve números e letras. “Ele geralmente aprende tudo sozinho por ser curioso demais. Ele aprendeu todas as marcas de carro em três dias. Quando volta da escola aponta para os carros e fala os modelos”, diz Vanilde. Rael, é claro, acerta todas as vezes. As habilidades do menino são compartilhadas pelos pais em um perfil no Instagram (@raelreis.122).

Apesar de não existir uma razão específica para as pessoas nascerem superdotadas, a médica pediatra Ana Patrícia Almeida explica que os estímulos dentro de casa são essenciais para o desenvolvimento. “A primeira coisa são os estímulos naturais dentro de casa e na escola para que as crianças aprendam. Existem ainda questões genéticas que podem favorecer o desenvolvimento da condição”, diz.

A cada novo aprendizado, Rael desafia os pais e os professores. “Eu sou mãe e professora dentro de casa, então as coisas se misturam. Outro dia coloquei um quebra-cabeça e ele terminou em dois minutos. Achei que eu ia ter que explicar, mas ele fez sozinho”, diz. Aos três anos, Rael tem desenvolvimento cognitivo semelhante ao de crianças de seis a sete anos.

Lançada neste ano pelo Ministério da Saúde, a Caderneta da Criança explica de forma didática para os pais e responsáveis quais são os marcos de desenvolvimento para crianças a depender da faixa etária. Aos dois anos e quatro meses, por exemplo, é esperado que elas formem frases com duas palavras. Rael, no entanto, já conversa e até faz pedidos em estabelecimentos comerciais.

“A gente deixa ele fazer as compras no mercado. Eu falo para  pegar o queijo ralado de alguma marca e ele vai, pega e coloca no carrinho. Ficamos muito encantados, cada dia é uma surpresa diferente”, diz a mãe. Além do hiperfoco em atividades cotidianas, são sinais de que uma criança pode ser superdotada o vocabulário avançado para a idade, habilidades com instrumentos e de pintura, além das facilidade em dialogar.

Matéria do correio24horas

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