GOVERNO CRIA LINHA DE CRÉDITO CONSIGNADO PRIVADO PARA CLTS E MEIS

Carteira de trabalho Crédito: Reprodução
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Novidade utiliza o registro no eSocial como base para oferecer o FGTS como garantia.

O governo federal anunciou uma nova linha de crédito consignado privado, direcionada a trabalhadores formais, incluindo CLTs, domésticos, rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEIs). A novidade, apresentada pelo presidente Lula e pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, no Planalto, utiliza o registro no eSocial como base para oferecer o FGTS como garantia, facilitando o acesso a empréstimos com taxas mais baixas.

A iniciativa beneficiará cerca de 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada, além dos contratados por MEIs. A partir do dia 21, o processo será realizado pela Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital), permitindo que os interessados solicitem propostas de crédito em instituições financeiras cadastradas, incluindo os principais bancos. As ofertas serão enviadas em até 24 horas, e o trabalhador poderá escolher a melhor opção diretamente pelo aplicativo. Para isso, será necessário autorizar o acesso a dados como nome, CPF, margem salarial disponível e tempo de empresa.

Uma das vantagens é a portabilidade da dívida: se o trabalhador mudar de emprego, mas continuar com carteira assinada, o débito será transferido para o novo contrato. Em caso de demissão, o desconto será aplicado sobre a rescisão, com possibilidade de usar até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia.

O programa foi instituído por medida provisória e terá até 120 dias para ser aprovado ou modificado pelo Congresso. A proposta busca superar as limitações do modelo atual, que exige a garantia do empregador, substituindo-a pelo registro no eSocial. Segundo Marinho, essa mudança permitirá que os bancos negociem diretamente com os trabalhadores, sem intermediários.

A iniciativa foi discutida em janeiro em uma reunião entre Lula, ministros e representantes dos maiores bancos do país, como Bradesco, Santander, Itaú, Caixa e Banco do Brasil. Os bancos, inicialmente contrários à centralização, chegaram a um acordo para disponibilizar os empréstimos, com acesso aos dados do eSocial para garantir a segurança das operações. Projeções indicam que o volume de crédito privado pode quadruplicar em dois anos, atingindo R$ 160 bilhões.

O crédito consignado privado existe desde 2003, mas nunca decolou devido às barreiras impostas pela necessidade de garantia do empregador. Com a nova proposta, o governo espera ampliar o acesso ao crédito.

FONTE: correio24horas

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